Brasília/Maranhão – Em um episódio que mistura manobras políticas e decisões controversas, a jornalista Jacqueline Heluy, reconhecida por mais de 30 anos de trabalho no Complexo de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), foi envolvida em uma ação de nepotismo movida pelo deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade). O caso resultou em uma decisão equivocada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou a exoneração da profissional com base em informações consideradas enganosas.
Segundo a ação apresentada pelo partido Solidariedade, Jacqueline teria vínculos familiares com o governador do Maranhão, Carlos Brandão, configurando suposto “nepotismo cruzado”, conforme a Súmula Vinculante nº 13 do STF. No entanto, essa alegação não corresponde à realidade. Jacqueline é “mãe da esposa do filho do irmão do governador”, uma relação que não se enquadra nos graus de parentesco previstos na legislação para caracterizar nepotismo.
Apesar de trabalhar na ALEMA sob a presidência de Othelino Neto por anos, a jornalista agora enfrenta o peso de uma acusação que especialistas jurídicos já apontam como inconsistente. Othelino, que atualmente ocupa papel de oposição ao governo de Brandão, foi acusado de usar a influência política e “forças ocultas” para constranger tanto a jornalista quanto a gestão estadual.
A decisão de Alexandre de Moraes gerou críticas de diversos setores, tanto pela falta de investigação aprofundada quanto pela ausência de análise detalhada das provas. “O STF não pode decidir com base em argumentos frágeis. Jacqueline Heluy tem uma trajetória de dedicação e competência que não merece ser maculada por questões políticas”, afirmou um analista jurídico consultado.
Além disso, Jacqueline não possui qualquer ligação com a atual presidente da ALEMA, Iracema Vale, reforçando que a acusação de nepotismo não encontra base na realidade. A jornalista é amplamente respeitada no meio legislativo por sua experiência e imparcialidade, o que torna o caso ainda mais controverso.
O episódio levanta questões importantes sobre o uso do sistema judicial como ferramenta de disputa política e a responsabilidade das instituições em apurar os fatos antes de emitir decisões que podem prejudicar carreiras e reputações.
O caso de Jacqueline Heluy expõe a necessidade de maior rigor no trato de alegações de nepotismo e ressalta o impacto negativo de decisões precipitadas sobre a credibilidade das instituições públicas. A profissional segue aguardando desdobramentos jurídicos que possam corrigir o erro e restaurar sua posição no âmbito legislativo.