A relação entre a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) tornou-se alvo de controvérsia após a decisão da instituição de disponibilizar três ônibus para o transporte de alunos à 14ª Bienal da UNE, que ocorreu em janeiro de 2025, no Recife. O evento, amplamente divulgado como um festival cultural e estudantil, reacendeu o debate sobre o uso de recursos públicos em meio às restrições orçamentárias enfrentadas pelas universidades federais.
O processo, registrado sob o número Sei nº 23115.002238/2025-44, tem sido questionado por não apresentar, segundo documentos internos da UFMA, um detalhamento rigoroso sobre os critérios de escolha dos beneficiários do transporte. O Ofício nº 15/2025/PROAES/UFMA, assinado pelo Pró-Reitor Danilo, não traz informações sobre os alunos contemplados, o que levanta dúvidas sobre a transparência e equidade do processo.
A situação se torna ainda mais delicada diante das recentes demissões de funcionários terceirizados da universidade, justificadas por restrições orçamentárias. O custo estimado para o deslocamento dos estudantes à Bienal chega a R$ 134.860,00, um valor expressivo considerando as dificuldades financeiras do ensino superior público no Brasil.
Além disso, registros em redes sociais mostram o Reitor e o Pró-Reitor participando do embarque dos ônibus, acompanhados de figuras políticas, o que gerou críticas sobre um possível alinhamento entre a administração universitária e interesses partidários.
Diante das incertezas, a comunidade acadêmica questiona:
Quem são os alunos beneficiados e quais critérios foram utilizados na seleção?
A UFMA assume responsabilidade por eventuais incidentes durante o evento?
O financiamento desse deslocamento tem viés político?
A repercussão do caso reforça a necessidade de maior transparência na gestão dos recursos universitários. Enquanto isso, a comunidade acadêmica aguarda respostas e esclarecimentos da administração da UFMA sobre a real prioridade de seus investimentos.