A acirrada disputa pelo Senado Federal ganhou contornos dramáticos nesta reta final. Com jovens políticos na disputa – entre os quais nomes enrolados com problemas de ordem moral, judicial e eleitoral -, a corrida virou uma espécie de guerra e vale-tudo. E até a polícia entrou no processo.
Primeiro foi o deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB). De uma hora para outra, o candidato a senador resolveu partir para cima dos seus adversários, com duras acusações em seus programas eleitorais. O problema é que as “denúncias” de Almeida não surtiram o efeito esperado por ele e, assim, o parlamentar partiu para uma segunda etapa, denunciando à Polícia Federal suposta ameaça.
Em seguida, vieram as denúncias contra o marido da candidato ao Senado Eliziane Gama (PPS), suspeito de estelionato em dossiê divulgado por O Estado e – mais grave ainda – acusado em processo judicial e inquérito policial por débito de Pensão Alimentícia e ameaça de agressão à ex-esposa.
Autoproclamada “defensora das causas das mulheres e das minorias”, Eliziane, em vez de assumir publicamente o espanto com as revelações sobre seu marido – com quem casou há menos de um ano -, resolveu jogar os ideais às favas e acobertá-lo, negando as denúncias, mesmo diante de documentos que tramitam na Justiça e na polícia.
A onda senatoria policial foi coroada ontem pela mesma Eliziane e seu parceiro de chapa, Weverton Rocha (PDT). Eles tentaram fazer-se de vítima diante da distribuição de panfletos mostrando as enroladas nas quais se meteram. E quebraram a cara ao tentar transformar a história em caso de polícia, porque o panfleto tem autor registrado – o ex-vereador Carioca – e o CNPJ do partido e da gráfica que fez a impressão. Caso de Polícia, portanto, são os próprios candidatos.
Seria mais um caso explícito de uso da “polícia política” no Maranhão?