A desorganização da direita maranhense ficou evidente mais uma vez durante o movimento “Anistia Já”, que tinha como objetivo pressionar pelo perdão judicial dos presos dos atos de 8 de janeiro e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Ignorando a orientação nacional de concentrar forças em Copacabana, lideranças locais convocaram eventos paralelos no Maranhão, esvaziando a mobilização.
A vereadora Flávia Bertier (PL), autodeclarada bolsonarista, foi uma das figuras que contradisseram a estratégia de Bolsonaro. Inicialmente, convocou apoiadores para um ato em São Luís, mas acabou viajando para o Rio de Janeiro, deixando a militância a ver navios na Praça do Foguete.
Em Imperatriz, um evento semelhante foi promovido por Mariana Carvalho, mas a mobilização foi considerada um fracasso, reunindo menos de 50 pessoas. Mesmo com a baixa adesão, Mariana ao menos permaneceu no local, diferentemente de Bertier, que, ao chegar a Copacabana, ainda passou constrangimento ao ser barrada no hotel onde Bolsonaro estava hospedado.
Crise de Liderança e Falta de Coordenação
A divergência entre as lideranças do Maranhão reflete a falta de organização da direita no estado, que já enfrenta dificuldades para se firmar como um grupo coeso. “No Maranhão, não há uma liderança unificada. O que se vê são egos inflados e desobediência às diretrizes nacionais”, criticou um bolsonarista local.
A desordem na base maranhense pode ter impactos futuros para os candidatos da direita no estado, já que a falta de alinhamento pode enfraquecer a mobilização para as próximas eleições. O episódio evidencia um problema recorrente entre os apoiadores de Bolsonaro no Maranhão: sem comando claro, ações acabam se tornando dispersas e ineficazes.
Apoio Nacional e Expectativas Frustradas
O movimento “Anistia Já” foi idealizado como uma grande demonstração de força bolsonarista em nível nacional. No entanto, o descompasso em estados como o Maranhão pode ser um indicativo de que a base não está tão alinhada quanto se imaginava.
Com esse novo episódio de desarticulação, o grupo direitista maranhense precisa repensar suas estratégias para evitar novos vexames e recuperar sua força política no estado.