A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) vive um momento de grande turbulência com o fechamento da Biblioteca Setorial Rubem Rodrigues Ferro, localizada no Centro de Ciências Sociais (CCSo) e no Centro de Ciências Humanas (CCH). O encerramento das atividades, que ocorreu hoje, dia 10 de fevereiro, gerou grande revolta entre estudantes e docentes, que denunciam a medida como resultado da ineficiência da gestão do reitor Fernando Carvalho.
A justificativa oficial para o fechamento da biblioteca é a falta de demanda e o contingenciamento de recursos e técnicos administrativos. No entanto, essa argumentação tem sido duramente contestada por professores e alunos, que realizaram uma mobilização massiva na tentativa de evitar o encerramento das atividades da unidade. Para eles, a decisão demonstra o descaso da administração com um dos pilares essenciais de qualquer universidade: suas bibliotecas.
A diretora do CCSo, professora Lindalva Maciel, esteve à frente de esforços para revitalizar a biblioteca, compreendendo sua importância estratégica para a produção acadêmica. O Centro de Ciências Sociais abriga um dos mais renomados programas de Pós-Graduação da UFMA e conta com um número expressivo de discentes matriculados, o que torna ainda mais questionável o fechamento de sua biblioteca setorial.
O que torna o fechamento ainda mais contraditório é o fato de que a biblioteca havia sido recentemente reformada pelo ex-reitor Natalino Salgado. Essa realidade escancara a disparidade entre as duas gestões: enquanto um reitor trabalhou para revitalizar a instituição, o atual parece advogar para obliterar todos os avanços conquistados com muita luta da comunidade acadêmica.
A decisão também desrespeita o legado do professor Rubem Rodrigues Ferro, homenageado com o nome da biblioteca. Ferro, conhecido carinhosamente como “Rubinho”, foi docente do Departamento de Biblioteconomia, diretor do CCSo e pró-reitor de Extensão no primeiro mandato do ex-reitor Othon Bastos (1996-2000). Vítima da pandemia do novo coronavírus, seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento acadêmico da UFMA. O fechamento da biblioteca que leva seu nome é visto como um grande desrespeito à sua história e à importância do acesso ao conhecimento.
Críticas à gestão de Fernando Carvalho não param por aí. O reitor nunca conseguiu concluir a nova Biblioteca Central, deixando a atual instalação no CEB Velho em estado precário. O local está deteriorado e sem condições adequadas para atender às necessidades dos estudantes e pesquisadores. Com o fechamento de diversas bibliotecas setoriais, sua gestão se encaminha para o fim sem que ele tenha entregado uma nova estrutura digna para a comunidade acadêmica.
O fechamento da Biblioteca Setorial Rubem Rodrigues Ferro é mais um símbolo do retrocesso acadêmico que a UFMA enfrenta sob a atual administração. O que deveria ser um ambiente de incentivo ao aprendizado e à pesquisa torna-se, cada vez mais, um reflexo do abandono e da falta de compromisso com a educação pública. Estudantes e professores seguem mobilizados para denunciar esse descaso e exigir melhores condições para a universidade.
Em tempos: Além de todas essas questões, há denúncias contra o pró-reitor de assistência estudantil, Danilo Lopes, que agora atingem um nível extremamente grave de improbidade administrativa. Entre as acusações, ele teria assinado um documento em nome do DCE UFMA, caracterizando falsidade ideológica, além de manipular e fraudar a votação do conselho universitário ao incluir estudantes que não foram indicados pelo DCE legítimo. Essas irregularidades abrem espaço para que a APRUMA e o SINTEMA questionem e derrubem judicialmente as decisões dos conselhos universitários especialmente as que acabaram com os departamentos!