A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está no centro de uma polêmica crescente, marcada por graves denúncias de transfobia, assédio moral e sexual, além de outras práticas discriminatórias atribuídas à Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAES). Sob a gestão do pró-reitor Danilo, os problemas apontados incluem também machismo, capacitismo e perseguições políticas contra estudantes envolvidos no movimento estudantil.
As acusações ganharam força nas últimas semanas, impulsionadas por relatos de violência ocorridos na Casa do Estudante no Campus Bacanga, um espaço que deveria ser símbolo de acolhimento, mas que, segundo os residentes, tornou-se palco de exclusão e insegurança.
Caso Andrômeda: Símbolo de Luta e Resistência
Entre os casos mais emblemáticos está o de Andrômeda, primeira pessoa trans a residir na Casa do Estudante em mais de uma década de funcionamento. Sua entrada, que deveria representar um marco de inclusão, revelou as raízes profundas da transfobia na instituição. No dia 6 de novembro, Andrômeda foi alvo de agressões transfóbicas que se desdobraram em novos episódios de violência e discriminação.
Apesar de formalizar denúncias junto à PROAES e registrar boletins de ocorrência, Andrômeda afirma não ter recebido respostas ou suporte adequado. “A falta de ação por parte da universidade é um reflexo da ausência de políticas afirmativas e do descaso com a nossa segurança e dignidade”, declarou. A UFMA, ao contrário de outras instituições como a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ainda não implementou cotas para pessoas trans em suas residências estudantis, o que intensifica a vulnerabilidade desse grupo no ambiente universitário.
Perseguição e Mobilização Coletiva
Estudantes progressistas que lideram movimentos de resistência denunciam uma perseguição política sistemática, vista como uma tentativa de enfraquecer a organização coletiva dentro da universidade. A inércia da PROAES diante das denúncias é percebida como conivência com práticas discriminatórias, agravando a insatisfação da comunidade acadêmica.
“Queremos uma Casa do Estudante inclusiva, que seja um espaço seguro para todos, especialmente para aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A universidade deve ser um lugar de acolhimento, não de violência”, afirmou um representante do movimento estudantil, que prefere não se identificar por receio de retaliações.
Críticas à Gestão Universitária
A gestão do pró-reitor Danilo e do reitor Fernando Carvalho tem sido amplamente criticada. Nas redes sociais e em assembleias estudantis, circulam acusações de negligência e insinuações de que a administração atual seria uma extensão da gestão anterior, marcada por polêmicas. Comentários como “Danilo é apenas um fantoche do reitor” refletem a insatisfação generalizada.
Com a possibilidade de que o Ministério Público Federal (MPF) investigue as denúncias contra a PROAES, a comunidade universitária aguarda respostas e ações concretas. Além disso, surgem rumores sobre manobras administrativas que, segundo os estudantes, poderiam configurar uma tentativa de golpe interno, aprofundando ainda mais a crise institucional.
Um Momento de Decisão para a UFMA
A UFMA enfrenta um momento decisivo. As vozes que ecoam pelos corredores e assembleias clamam por mudanças estruturais que assegurem justiça, inclusão e segurança para todos. A implementação de políticas afirmativas, como cotas para pessoas trans, é vista como um passo crucial para corrigir desigualdades históricas.
Enquanto isso, vítimas e aliados seguem mobilizados, reforçando a luta por uma universidade que seja verdadeiramente democrática e inclusiva. “A UFMA tem a oportunidade de se reinventar ou de se afundar em sua própria omissão”, conclui um dos líderes estudantis. A comunidade aguarda, ansiosa, pelos próximos desdobramentos e pela posição que a instituição tomará diante das denúncias.
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