Proposta de tratar corrupção como crime hediondo, defendida durante pronunciamento de posse em 2013, ficou só no discurso
Uma das principais promessas feitas por Edivaldo de Holanda Júnior (PDT), em seu primeiro discurso como prefeito de São Luís, em 1º de janeiro de 2013, não foi cumprida e ficou apenas no seu contundente discurso de mudança feito no auditório Alberto Abdala, da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), há seis anos.
Nos 14 minutos de sua fala ao ser empossado no cargo, o pedetista fez duras críticas ao antecessor João Castelo (PSDB), afirmou que recebia a prefeitura com cenário de “terra arrasada” e dizia estar preparado para assumir a administração municipal.
“Estamos preparados para assumir a Prefeitura de São Luís. Pedimos a Deus muita sabedoria para comandar os rumos da nossa cidade nos próximos quatro anos. Nós sabemos que estamos pegando uma cidade com cenário de terra arrasada, totalmente quebrada pela gestão irresponsável do prefeito [João Castelo] que está saindo agora e com um débito de R$ 500 milhões”, lamentou.
Em seu pronunciamento, Edivaldo destacou que São Luís resistiu ao ataque do que chamou de “governo predador que acaba de findar”. “É hora de reconstruí-la com muito carinho e amor. Convoco a minha equipe de governo para colocar a nossa cidade em ordem. A cidade está em estado de abandono”, afirmou.
Edivaldo condenou ainda que a decisão da gestão de anterior de priorizar o pagamento de fornecedores em vez de pagar os salários dos servidores municipal foi “anti-democrática”. “Infelizmente, a informação que temos é que o atual gestor não pagou a folha de pagamento dos funcionários no mês de dezembro porque priorizou o pagamento de alguns fornecedores, uma decisão anti-democrática. Infelizmente, este é o retrato da administração do gestor que está saindo”, declarou.
O prefeito disse ainda que, em sua administração, a corrupção terá tolerância zero. ” A corrupção, senhoras e senhores, será vista como crime hediondo, volto a repetir. A corrupção será vista como crime hediondo, tolerância zero para ela. É por causa da corrupção que não há remédios e nem comidas nos Socorrões. É por causa da corrupção que crianças ficaram fora da escola, é por causa dela que pessoas morrem de fome. Ela é a mãe da miséria e do fracasso, sem dúvida alguma, da gestão que se foi e que não deixa saudade”, afirmou.
Após seis anos, o chefe do executivo municipal deixou de cumprir a promessa que faz com que não tenha remédios nem comida nos Socorrões ou que prejudique o ano letivo de crianças da rede municipal.
Hoje, quem assiste ao vídeo do pronunciamento de Edivaldo pensa que ele está falando pra si mesmo. Com isso, torna-se cada vez mais difícil para o Edivaldo tentar esconder o que a sociedade ludovicense percebe cada vez com mais clareza: além de não cumprir a promessa, o chefe do executivo institucionalizou a corrupção em seu governo e a verdade brota a cada denúncia na imprensa.