São Luís vive um momento delicado talvez ainda não visto: obras que estão com projetos prontos para serem iniciadas podem não ocorrer. Os serviços em questão são as feiras que passarão por reformas ou construção.
No entanto, uma obra que por muitos é vista como benefício para a população – que envolve feirantes e consumidores – está carregada de hostilidade.
Um exemplo foi o assassinato, na feira da Cohab, do feirante Dimas Garcia.
O ambiente hostil em feiras da cidade que serão reformadas pode estar relacionado a interesses políticos.
Em jogo, estaria a busca de dividendos eleitorais, por meio do incentivo à “revolta” dos feirantes com os locais improvisados de trabalho, enquanto os serviços nos mercados estão sendo executados.
Em algumas feiras, como a do João Paulo, visitas de vereadores, deputados e lideranças políticas contribuíram para que o projeto de readequação da Prefeitura de São Luís não saísse do papel. Por lá, as obras não puderam ser iniciadas, e a previsão é de que nem comece. Perdem os consumidores.
A animosidade também é vista na feira do São Francisco, cuja estrutura provisória já até foi montada, mas os serviços nunca iniciados, por clara resistência de parte dos feirantes que não aceita o desconforto momentâneo da obra.
A insatisfação dos trabalhadores, que precisam vender para o seu próprio sustento, é compreensível. O que não se pode compreender é que políticos usem e abusem de uma questão delicada.
O risco disto é o acirramento de ânimos que podem levar a tragédias, como a registrada na feira da Cohab.
Máfia – Junto com os políticos que se aproveitam da delicadeza do momento dos feirantes, há ainda – segundo denúncia dos próprios trabalhadores – a figura dos “donos” de box e bancas.
Estes fazem um comércio ilegal de vendas e aluguéis de pontos nas feiras, o que é contra as regras estabelecidas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
E as reformas podem atrapalhar este esquema ilegal, contribuindo para o ambiente de animosidade.
Estado Maior