Campanha de Flávio Dino deixa dívida de quase 1 milhão
POR CAMARÃO SECO
As informações são da Justiça Eleitoral, reproduzidas pelo jornal Folha de São Paulo: o governador eleito Flávio Dino (PCdoB) contraiu uma dívida de quase 1 milhão de reais em sua campanha eleitoral, cerca de 940 mil reais. Oficialmente, Dino arrecadou mais de R$ 8 milhões na campanha eleitoral deste ano, mas gastou mais de R$ 9 milhões.
Dados do Comitê Financeiro do próprio PCdoB mostram uma arrecadação de R$ 3,7 milhões e o dobro de gastos na campanha, cerca de R$ 6,5 milhões. A notícia não é novidade para quem conhece as engrenagens dos mecanismos eleitoreiros. A campanha do comunista também repetiu a mesma fórmula usada pela classe política para se eleger, sendo tão capitalista quanto a de qualquer outro político brasileiro.
Marqueteiros costumam cobram alguns milhões de reais para fazer a propaganda no rádio e na TV e advogados, como se sabe, não trabalham exatamente por amor à causa ou à ideologia – menos ainda a comunista. No clássico O Poderoso Chefão, filme de Copolla, está registrada a frase de fina ironia: “Um advogado com uma pasta pode roubar mais que 1000 homens armados”.
A fatura das campanhas eleitorais costuma chegar, pontualmente, depois que o candidato é eleito. São cargos e outras “formas de pagamento” menos dignas dos mandatários eleitos. E a cobrança mais alta vem a longo prazo, feita pela população, lesada em obras e outras ações de Governo.
Flávio Dino se elegeu com o discurso de “moralização”, prometendo ”tirar o Maranhão das páginas policiais”. Mas para chegar ao Palácio dos Leões recebeu mais de R$ 3 milhões da Construtora OAS, suspeita de pagar propina a políticos e superfaturar obras da Petrobras Foram exatos R$ 3.110.416,66, correspondentes a mais de 51% do total de doações da segunda parcial da prestação de contas. Recebeu ainda R$ 833.948,73, da Parnaíba Gás Natural; R$ 590.000, da Mineração Corumbaense Reunida S/A e R$ 150.000,00 da
Facema, faculdade cujo proprietário é o ex-prefeito de Caxias, deputado eleito, Humberto Coutinho e muitas outras.
Facema, faculdade cujo proprietário é o ex-prefeito de Caxias, deputado eleito, Humberto Coutinho e muitas outras.
Excetuando-se este último, aliado de longa data de Dino, grandes empresas não têm o costume de fazer atos de bondade, em especial para a classe política. Nenhum empresário sacaria 3 milhões de suas contas para ser gentil com um candidato. Doações de campanha têm outro nome para quem doa: investimento.
Uma coisa é atirar pedras. Outra coisa é ser vidraça.