Ao vencer segunda eleição seguida, em primeiro turno, governador encerra debate Sarney X Anti-Sarney, que dominou a política do Maranhão nos últimos 50 anos; comunista agora recebe a herança de si próprio e precisa provar que não está apenas a montar outra oligarquia
SEM DESCULPAS. Vencendo do jeito que quis vencer, Flávio Dino chama para si a responsabilidade de de provar que não quer apenas emendar um novo ciclo oligárquico no Maranhão
Editorial
Assunto encerrado.
Não há mais grupo Sarney no Maranhão.
Pelo menos não no sentido político da palavra, que dominou o debate eleitoral desde que o então deputado José Sarney elegeu-se governador, em 1966.
De lá para cá, todas as as eleições maranhenses se dão em meio a expressões como oligarquia, “grupo Sarney”, “família Sarney”.
E essas expressões alimentam o discurso de oposicionistas de toda espécie.
Agora acabou.
O grupo Sarney não vence há oito anos uma eleição no Maranhão; a última foi vencida em 2010, do próprio Flávio Dino, quando foram eleitos tanto a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) quanto os senadores João Alberto de Sousa e Edison Lobão (MDB).
Desde então, só deu Flávio Dino.
Além de eleger em 2012 – e reeleger, em 2016 – o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), o comunista venceu em primeiro turno as eleições de 2014 e de 2018, garantindo também os dois senadores.
Venceu, portanto, não apenas os Sarney, mas os Lobão e os Murad.
Agora é hora de acabar com este discurso.
Simbolicamente, o grupo Sarney se restringirá a uma única vaga na Assembleia Legislativa, sem representação no Congresso Nacional e sem interlocução com os candidatos a presidente.
A responsabilidade agora é de Flávio Dino.
E insistir no discurso de que luta contra uma oligarquia não vai mais funcionar para o povo maranhense.
O que o comunista precisa é melhorar os indicadores sociais, elevar o desenvolvimento do estado, coisa que, a rigor, ainda não fez no estado.
E agora não tem mais o grupo Sarney para servir de desculpa.
Simples assim…
Por Marco Aurélio D’Eça