Internautas maranhenses fizeram um grave alerta ao governador Flávio Dino (PCdoB) em resposta à manifestação de pesar do comunista após o massacre que vitimou, ontem (13), oito alunos e dois funcionários da escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). Ao comentar postagem no Facebook em que o comunista lamenta o trágico episódio, seguidores lembram que as unidades de ensino da rede pública estadual do Maranhão não estão a salvo desse tipo de atentado, pois deixaram de contar com o serviço de vigilância privada, cujo contrato não foi renovado.
Com a clara intenção de fazer sua mensagem ecoar na imprensa nacional, Flávio Dino escreveu o seguinte. “Minha profunda solidariedade à população da cidade e à comunidade da escola. Oremos e lutemos por uma cultura de PAZ, e não de violência. O trecho final da nota do comunista é uma clara alfinetada no presidente da República, Jair Bolsonaro, que incluiu a flexibilização das regras para obtenção do porte de armas entre as propostas da sua vitoriosa campanha.
A postagem do governador recebeu dezenas de comentários, alguns em tom de advertência. “Pois é, governador. Enquanto isso, as escolas do Estado estão sem vigilância. Os senhores tirou os vigilantes de dia. Tem escola que já foi assaltada: o colégio Gonçalves Dias, na (Avenida) Kennedy. E agora?”, indagou a internauta que se identificou como Ana Paulo dos Anjos.
Maria do Rosário Carvalho, outra seguidora de Dino no Facebook, reforçou o coro dos que temem que a tragédia ocorrida em São Paulo se repita no Maranhão. “As escolas do Maranhão podem não estar livres disso. Ao menos, a minha não tem vigia. Estamos à mercê disso aí também”, comentou, sobressaltada.
Os que tentaram desqualificar as críticas à falta de vigilância nas escolas públicas estaduais do Maranhão foram rechaçados com firmeza. “Vigia não resolve isso. Cultura de violência não tem jeito, a não ser cultura de paz”, argumentou a internauta Tatiane Seixas, em uma clara tentativa de defender o governo. “Mas inibe que qualquer um possa entrar em escolas. Se nessa escola em questão tivesse vigia, poderiam até ter entrado, se o matasse logo de cara, já que estavam encapuzados”, rebateu Maria do Rosário Carvalho.
Vale relembrar que, em novembro do ano passado, estudantes e professores do Centro de Ensino Fundamental e Médio Lara Ribas, escola do Estado localizada no bairro Santo Antônio, onde a vigilância privada também deixou de atuar, foram vítimas de um arrastão. Na ação criminosa, os bandidos invadiram cinco salas de aula e roubaram dinheiro, celulares e outros pertences. Uma docente que havia acabado de sacar o salário foi obrigada a entregar, sob a mira de armas, cerca de R$ 2 mil aos criminosos.
Tão logo a notícia do arrastão começou a repercutir, o secretario de Estado da Educação, Felipe Camarão, anunciou a instalação de câmeras de videomonitoramento em toda a rede de ensino sob sua gestão. Segundo ele, os equipamentos serviriam para coibir atos de violência contra escolas. O gestor informou, ainda, que as imagens seriam cedidas à polícia, para fins de investigação, a cada ação criminosa concretizada.
Até agora, nem isso.
Daniel Matos