São Luís (MA) — Uma descoberta paleontológica de grande importância para o Brasil está, temporariamente, ao alcance do público maranhense. Os fósseis do maior dinossauro já encontrado no Maranhão estão em exposição no Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão, localizado na Rua do Giz, no coração do Centro Histórico de São Luís. A mostra fica aberta ao público por um mês.
Apelidado de “dinossauro de Davinópolis”, o animal pertence ao grupo dos titanossauros saurópodes, gigantes herbívoros de pescoço e cauda longos, cabeça pequena e estrutura corporal colossal. Os estudos apontam que o espécime encontrado pode ter atingido 18 metros de comprimento. A espécie é inédita para a ciência e foi identificada a partir dos fósseis localizados em 2021, durante as obras de construção de uma ferrovia no município de Davinópolis, na Região Tocantina.
Entre os ossos recuperados estão um fêmur de mais de 1,5 metro, outras estruturas longas como tíbias, mãos, pés, costelas e vértebras. As peças datam de aproximadamente 100 milhões de anos, do período Cretáceo — a última era dos dinossauros antes de sua extinção.
A pesquisa e escavação foram coordenadas pelo paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Segundo ele, a análise foi inicialmente realizada fora do estado devido a restrições legais, já que os fósseis pertencem à União. Após a conclusão dos estudos, Mayer conduziu o processo de devolução das peças ao Maranhão, possibilitando a exposição ao público.
“Esse é um momento muito importante, pois podemos mostrar à população e à comunidade científica esse patrimônio paleontológico inédito no estado. Após a exposição, o material será disponibilizado para pesquisa científica no Brasil e no exterior”, destacou o também paleontólogo Manuel Alfredo Medeiros.
A descoberta é ainda mais relevante por ter ocorrido em uma região do estado onde não havia registros de fósseis de dinossauros. A Formação Itapecuru, onde os ossos foram encontrados, agora ganha nova projeção no cenário da paleontologia brasileira.
O achado reforça o potencial científico do Maranhão e contribui para o reconhecimento do estado como um território rico em fósseis. A operação de escavação foi apoiada pela empresa responsável pela ferrovia e acompanhada de perto por especialistas, com todos os procedimentos legais e de preservação devidamente cumpridos.
A exposição no Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia é gratuita e aberta a estudantes, turistas e toda a população, servindo como ponte entre o passado distante e o presente, ao mesmo tempo em que estimula o interesse pela ciência, pela educação e pela valorização do patrimônio natural brasileiro.















