Brasília (DF) – O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (4), um robusto investimento de R$ 2,4 bilhões na aquisição de mais de 10 mil equipamentos de saúde destinados ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde) e será operacionalizada pelo Ministério da Saúde por meio de editais públicos.
O anúncio foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que informou a aplicação de margens de preferência para produtos com fabricação e tecnologia nacionais. Na prática, isso significa que equipamentos produzidos no Brasil poderão ser adquiridos mesmo que seus preços sejam até 20% superiores aos importados, o que fortalece a indústria nacional de saúde.
“Ao adotar critérios de preferência para produtos brasileiros, estamos estimulando o setor industrial e garantindo autonomia tecnológica no setor de saúde”, afirmou o ministério em nota. A primeira concorrência pública será aberta ainda esta semana. A lista de equipamentos contemplados foi divulgada na última quinta-feira (31).
Reforço no atendimento básico e nas cirurgias
Entre os 28 itens prioritários estão 17 voltados para a atenção básica, como câmaras frias para conservação de vacinas, retinógrafos digitais, bisturis elétricos (eletrocautérios), desfibriladores automáticos, aparelhos de doppler vascular, lasers terapêuticos de baixa potência, ultrassons para fisioterapia e balanças digitais portáteis.
Já para a atenção especializada, a lista inclui 11 equipamentos estratégicos para cirurgias e procedimentos oftalmológicos, como aparelhos de anestesia, mesas cirúrgicas elétricas radiotransparentes, ultrassons portáteis, microscópios cirúrgicos oftalmológicos, lasers para oftalmologia e sistemas de videoendoscopia rígida.
Meta de autonomia e produção nacional
Segundo o MDIC, atualmente o Brasil é responsável por cerca de 45% da produção de insumos e tecnologias utilizadas no sistema público de saúde, incluindo medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos. Com o novo plano, a meta é elevar essa produção para 50% até 2026 e alcançar 70% até 2033.
A ação busca não apenas garantir o abastecimento estratégico do SUS, mas também estimular a inovação e a competitividade da indústria brasileira, reduzindo a dependência de importações em áreas sensíveis.
Com esse investimento, o governo federal reforça seu compromisso com o fortalecimento do SUS, ampliando a cobertura e a qualidade dos serviços prestados à população, especialmente nas regiões mais vulneráveis do país.















