O casal e outras três pessoas são suspeitos de participação em um esquema de superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht. É a quarta vez que o ex-governador é preso – e a segunda da mulher dele.
Os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Matheus foram presos nesta manhã em uma operação realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
O casal e outras três pessoas são suspeitos de participar de um esquema de superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos de Goytacazes e a construtora Odebrecht para a construção de casas populares dos programas “Morar Feliz I” e “Morar Feliz II” durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita entre os anos de 2009 e 2016.
A ação, batizada de Secretum Domus, foi autorizada pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Campos dos Goytacazes e também cumpre mandados de busca e apreensão.
Além dos ex-governadores, são alvos de mandados de prisão e busca e apreensão: Sérgio dos Santos Barcelos, Ângelo Alvarenga Cardoso Gomes e Gabriela Trindade Quintanilha. Segundo o MP, eles são pessoas de confiança do casal Garotinho e exerciam funções de apoio à organização criminosa, especialmente no recebimento das quantias indevidas.
Por volta das 7h35, o MP informou que apenas um mandado de prisão ainda não havia sido cumprido. O UOL tenta localizar a defesa dos citados.
De acordo com o MP, o esquema foi revelado após declarações prestadas ao MPF (Ministério Público Federal) por Leandro Andrade Azevedo e Benedicto Barbosa da Silva Junior, executivos da Odebrecht, em acordo de delação fechada no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo o MP, verificou-se que os procedimentos de licitação para a construção das moradias foram direcionados para que a Odebrecht saísse vencedora. Somadas, as licitações ultrapassam R$ 1 bilhão. “As contratações foram superfaturadas e permeadas pelo pagamento sistemático de quantias ilícitas, em espécie, em favor dos ex-governadores”, diz o órgão em comunicado divulgado.
Estudos técnicos elaborados constataram, de acordo com o MP, superfaturamento contratual de R$ 29,1 milhões por ocasião do “Morar Feliz I” e R$ 33,3 milhões em decorrência do “Morar Feliz II”, em prejuízo dos cofres públicos municipais.
Segundo as investigações, foi possível apurar o recebimento do valor de R$ 25 milhões em vantagens indevidas pagos pela Odebrecht a título de propina, enquanto o município suportava prejuízos no valor mínimo de R$ 62 milhões em razão do superfaturamento das obras, as quais sequer chegaram a ser concluídas.
Com informações de UOL Notícias