Como especialista em gestão pública, com experiência em diversos setores, vejo que o modelo tradicional, focado em cargos e descrições genéricas, já não atende às necessidades atuais. Ignorar as habilidades individuais dos servidores limita seu potencial e prejudica a efetividade organizacional, tornando essencial a adoção de uma abordagem baseada em competências.
O sistema atual apresenta falhas, como o desalinhamento de habilidades, onde as funções não aproveitam os talentos, resultando em desempenho insatisfatório. Além disso, a lentidão na adaptação a novas demandas e a avaliação de desempenho restrita às responsabilidades do cargo ignoram as contribuições individuais.
Implantar um modelo focado em competências traz vários benefícios. O alinhamento entre habilidades e necessidades melhora o desempenho e aumenta o engajamento, já que os servidores trabalham em funções que combinam com seus talentos, aquela vela história, pessoa certa, no lugar certo. Programas de treinamento ajudam a desenvolver as habilidades necessárias, e entender as competências individuais facilita o planejamento de sucessão e otimiza o recrutamento, colocando as pessoas certas em posições certas.
Para essa transição, é preciso mapear competências, analisar espaços de habilidades e planejar desenvolvimentos personalizados. A gestão de desempenho deve considerar não apenas funções, mas também realizações, e os processos de recrutamento devem integrar critérios baseados em competências. Esse modelo flexível permite rápidas adaptações a novos desafios.
Investir em um sistema baseado em competências é crucial para a modernização do setor público. Apesar de exigir tempo e recursos, os benefícios em desempenho e eficiência justificam o investimento, sendo um passo essencial para oferecer serviços de qualidade superior as pessoas.
Por Júlio Gonçalves Especialista em Gestão Pública.