A cidade de São Luís amanheceu na última terça-feira (12) sem ônibus circulando, resultado de uma Greve Geral no transporte coletivo. A paralisação, que já era prevista, ocorre em um cenário de crise no setor e levanta dúvidas sobre o compromisso do prefeito Eduardo Braide (PSD) com as promessas feitas durante a campanha.
A gestão municipal enfrenta um novo desafio com a recente nomeação de Rafael Kriek Lucena Cavalcanti como secretário municipal de Trânsito e Transportes (SMTT). O advogado pernambucano, que estava lotado na Procuradoria Geral do Município, substitui Diego Rodrigues, o terceiro nome a ocupar o cargo durante a gestão Braide. A mudança acontece justamente em um momento crítico, com rodoviários e empresas em impasse, usuários prejudicados e um sistema de transporte em colapso.
Desde o início de seu mandato, Eduardo Braide passou por diferentes secretários à frente da SMTT, todos exonerados após crises envolvendo greves de rodoviários. Agora, com Rafael Kriek assumindo o cargo, a sensação entre especialistas e usuários é de que a prefeitura busca um novo “bode expiatório” para justificar os problemas enfrentados.
Além disso, a nomeação de um secretário de fora do estado levanta questionamentos sobre seu conhecimento das particularidades do transporte público da capital maranhense. Sem experiência no setor e chegando em meio ao caos, Kriek terá que lidar não apenas com a atual greve, mas também com um sistema precário e sem investimentos.
A paralisação desta terça-feira deixou milhares de usuários sem transporte, afetando a rotina de trabalhadores, estudantes e comerciantes. Sem ônibus circulando, a alternativa para muitos foi recorrer a transportes alternativos, como mototáxis e aplicativos de corrida, cujos preços dispararam devido à alta demanda.
“Não tem ônibus e os motoristas de aplicativo estão cobrando muito caro. Como a gente faz para chegar no trabalho?”, questionou Maria Clara Sousa, moradora do bairro Cidade Operária.
Enquanto isso, a Prefeitura de São Luís ainda não apresentou uma solução definitiva para o impasse. A falta de diálogo com os rodoviários e a demora em negociar aumentam a insatisfação da população, que já convive com um transporte público precário e tarifas que não correspondem à qualidade do serviço oferecido.
A crise no transporte de São Luís não é novidade, mas a recorrência de greves e a ausência de medidas eficazes para melhorar o sistema mostram uma gestão sem planejamento para o setor. A população, principal prejudicada, aguarda ações concretas, enquanto o novo secretário terá a difícil missão de reverter o cenário caótico que se instalou na capital.
Com mais uma greve em curso e sem perspectivas de solução a curto prazo, a pergunta que fica é: até quando os ludovicenses continuarão reféns de um sistema de transporte falido e sem investimentos?