Realizada no último dia 13, antes do início do escrutínio, o deputado Othelino Neto(PCdoB) foi motivo de chacota, sendo, inclusive, chamado de “louco”, pois a vitória da atual mandatária, a presidente Iracema Vale(PSB), como dizem os antigos, “eram favas contadas”.
Aberta a contagem o que se viu foi algo bem diferente. Atônitos, sem acreditar no que estava acontecendo, os dois candidatos obtiveram 21 votos, ocasionando, em um feito inédito, empate na disputa. E aqueles que davam como certa a vitória, reuniuram-se às pressas não apenas para entender o que se passava, mas, também, trabalhar no intuito de assegurar o resultado favorável.
Em segunda votação outra surpresa. Iracema e o outrora “louco”, que passou ser chamado de “exímio articulador”, empataram novamente, levando- a ser declarada reeleita pelo critério idade.
Desde então, buscando encontrar culpados e apontar os “traidores”, o assunto tomou conta das rodas de conversas, programas de rádio e grupos de troca de mensagens. Dezenas de publicações foram compartilhadas com o mesmo direcionamento: a defesa de interesses individuais.
De um lado aqueles que defendem a psedebista e do outro o deputado comunista, que agora lidera o “pelotão” dos intitulados “Judas Escariotes”. Tal situação me inquietou, principalmente no tocante a completa falta de questionamentos quanto às razões que culminaram com esse surpreendente resultado.
Aqui, por hora, vou evitar citar nomes, já que nosso leitor é inteligente. Não tenho a intenção de proteger ou acusar quem quer que seja, exatamente para evitar ser mais uma ao mirar o próprio umbigo. Porém, a razão do comportamento de cada agente envolvido não pode ser ignorada.
Tal imbróglio denota uma verdade inconteste: Deus jamais perdeu ou perderá as rédeas do mundo, contudo respeita as escolhas de cada um. E essa é a razão pela qual quando escolhemos o mal em detrimento do bem fica sob nossa responsabilidade desfazer o novelho do erro. Lembre-se: o livre arbítrio é um atributo do ser consciente, e se escolhemos mal iremos arcar com as nossas escolhas. Ficou claro?
Entender Justiça, meu caro(a), sem valorar os atributos e ensinamentos de Deus é o mesmo que enxugar gelo, o que é comum na atualidade. Por excelência, a busca pelo poder e materialismo exarcebado tem nos tornado cegos de vista limpa.
Infelizmente, não se consegue compreender quando alguém sofre ou é feliz, persegue ou é perseguido sem entender as vidas pretéritas, porque faltará o entendimento do que de fato é justiça.
E nesse diapasão outro ponto se faz necessário: diferenciar brandura de passividade. Aquele que é passivo o é por excelência, essencia e muitas das vezes, comodismo, já que assim se comporta pensando em si.
Diferente do pacífico, que busca o interesse coletivo. Este tem um lado e, via de regra, alicerçado no bem. Nunca podemos esquecer que ludibriar às leis dos homens não é uma tarefa difícil. Já o mesmo não acontece em relação ao tribunal da consciência.
Quando buscamos o melhor apenas para nos mesmos, como no caso em tela, as pessoas se exasperam quando contrariadas, pois não conseguem compreender além da própria vontade. Para enfrentarmos esse assunto, de certa forma, faz-se necessário termos um entendimento profundo.
Sabes por quê? Expressar aos quatro cantos que fomos injustiçados, traídos e vitimados, é defender a imperfeição, já que é isso que somos. O censo de tudo que cremos é distinto e diretamente proporcional a estatura moral que possuímos.
Razão pela qual não podemos falar em certo ou errado, por isso balizamos esse texto em uma das muitas passagens do livro mais lido do mundo. No resumo da opera, os envolvidos precisam vislumbrar com exatidão os ensinamentos extraídos na difundida lei da semeadura, contida em Gálatas 6:7-8. “o traidor de hoje será o traído de amanhã. Assim como só é traído, quem já traiu. Copiou!!
Itamargarethe Correa Lima – jornalista-radialista-advogada, pós graduada em direito Tributário, penal e processo penal, e pós graduanda em direito civil, processo civil e Docência do Ensino Superior