Já dizia um velho ditado popular que a política não é para iniciantes. Em tempos de imagem, de fakenews e outras representações cada vez mais por trás de uma política institucional está a política das negociações, a política dos bastidores, das negociatas, das cozinhas e dos porões.
Tanto se fala de golpe, mas precisamos conceituar o que é um golpe. Para isto recorremos ao dicionário de português para mostrar a quantidade de usos e significados do termo: 1- embate violento contra um corpo; pancada forte. 2 – contusão; traumatismo. 3 – ferimento causado por contato com superfície aguçada ou instrumento cortante; incisão. 4 – desporto movimento técnico ofénsivo numa modalidade de luta ou de artes marciais. 5 – política usurpação ou tentativa de usurpação do poder. 6 – ato de astúcia pelo qual se procura obter vantagem. 7 – figurado estratagema; trama. 8 – figurado fato ou situação que traz prejuízo ou infelicidade; desgraça. 9 – figurado acontecimento imprevisto. 10 -figurado deslocação súbita de ar, vento, etc. 11 -figurado porção de fluído que se engole ou derrama de uma vez. 12 – figurado ímpeto, impulso. E, ainda tem algumas gírias usadas na política como por exemplo: golpe branco, tomada ou tentativa de tomada governamental de um país por via de ação conspirativa não violenta, geralmente com recurso à manipulação dos instrumentos legais vigentes.
Na última sexta-feira, os conselheiros dos Colegiados Superiores da Universidade Federal do Maranhão receberam a primeira convocação do ano para participarem do Conselho Universitário Superior (CONSUN) da UFMA, cuja pauta indicava uma proposta de mudança da Resolução n. 151/2010, que trata da consulta para as eleições de Reitor e a Vice-reitor da Universidade Federal. A referida proposta surpreendeu pelo fato de ter sido apresentada por uma associação que representa parte dos docentes, a APRUMA e, mais ainda, por apontar como pontos de mudança apenas os artigos que inviabilizariam algumas candidaturas, especialmente àquelas que vêm se colocando contra os desmandos vividos pela universidade na gestão da reitora Nair Portela. Soma-se a isto, uma possível articulação unilateral e sem consulta prévia ao CONSUN, com a indicação de uma relatora vinculada a APRUMA, como também ao Departamento de Enfermagem, mesmo setor de lotação da reitora Nair Portela e da presidente da APRUMA Sirliane Paiva, tratando-se de um arranjo de última hora e com casuísmo político claro, visto que o processo eleitoral deve se iniciar em abril e se estender até julho.
A decisão de colocar pontos de pauta nas reuniões dos Colegiados Superiores cabe à presidência dos Colegiados Superiores da UFMA e a sua secretaria, ou seja, compete a reitora Nair Portela apresentar os pontos a serem discutidos. Tal medida demonstra que a UFMA, em pleno período eleitoral vem sofrendo um golpe no sentido literal, figurado e político. No sentido político, a quem interessa mudar a Resolução das eleições na última hora? A Apruma ou a própria gestão que se utilizam de estratégias das mais variadas para impedir que o ex-reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado Filho seja candidato?
Por que a reitoria não quer disputar as eleições de forma a todos poderem concorrer? Parece que a atual reitoria quer copiar o modelo e adaptá-lo à realidade institucional da Universidade para levar o impedimento da mesma forma que aconteceu no plano nacional com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Como caracterizar essa nova trama da reitora Nair Portela? A Universidade precisa acordar e posicionar-se sobre as tentativas de conspirações e manipulações dos instrumentos legais que ela tem na mão para tentar desestabilizar as eleições, se utilizando do CONSUN e envolvendo neste mar de lama docentes, técnicos e discentes em nome de interesses escusos e que ferem a autonomia e a democracia da UFMA.